terça-feira, 17 de maio de 2011

Agressão à Camada de Ozônio

Pesquisa divulgada pela revista Science em maio de 2000 revela que a formação de nuvens estratosféricas no Pólo Norte está danificando a camada de ozônio no Ártico. Esse fenômeno, de acordo com os cientistas, pode ser um indício de que a camada não está se recuperando no ritmo esperado e de que esse processo deve demorar ainda mais tempo do que o estimado. Os dados foram colhidos pelo satélite MicroWave LimbSounder, sob orientação da Nasa. 

A necessidade de proteger com urgência a camada de ozônio, ameaçada pela emissão de clorofuorcarbonetos, levou à realização do melhor exemplo de iniciativa de preservação ambiental bem-sucedida, unindo cientistas, empresas, organizações não governamentais e governos. O buraco na camada de ozônio fez com que 24 países desenvolvidos assinassem um compromisso em 1987, o Protocolo de Montreal (Canadá), para a erradicação gradual da produção de gás clorofluorcarbono (CFC) no mundo. 

Situada na estratosfera, entre 20 e 35 km de altitude, a camada de ozônio tem cerca de 15 km de espessura. Sua constituição, há 400 milhões de anos, foi crucial para o desenvolvimento da vida na Terra. Composta de um gás rarefeito, formado por moléculas de três átomos de oxigênio - o ozônio -, ela impede a passagem de parte da radiação ultravioleta emitida pelo Sol. 

A agressão à camada de ozônio interfere no equilíbrio ambiental e na saúde humana e animal. Sem sua proteção, diminui a capacidade de fotossíntese nas plantas e aumenta o risco de desenvolvimento de doenças como o câncer de pele. 

O impacto do CFC na camada de ozônio começa a ser observado em 1974 pelos químicos Frank Rowland e Mario Molina, ganhadores do Prêmio Nobel de Química de 1995. Eles confirmam que o CFC reage com o ozônio, reduzindo a incidência desse gás e, conseqüentemente, a espessura da camada. Na época, o CFC é usado em propelentes de sprays, embalagens de plástico, chips de computador, solventes para a indústria eletrônica e, sobretudo, nos aparelhos de refrigeração, como geladeiras e sistemas de ar condicionado. 

Em 1984, as observações dos dois químicos são confirmadas com a detecção de um desgaste na camada de ozônio num ponto sobre a Antártica. Sua extensão, de 7 milhões de km², supera as previsões mais pessimistas. De acordo com os números registrados então, os EUA, sozinhos, respondiam por quase um terço do consumo global de CFC, e os negócios com o gás movimentavam 28 bilhões de dólares. 

Entre 1988 e 1995, o consumo de CFC cai 76% no mundo inteiro, em conseqüência do acordo de Montreal. Nem todos os países desenvolvidos, entretanto, cumprem a meta de substituir o gás por outro agente inócuo. Em meados da década de 90, um mercado negro de negócios com o CFC começa a se consolidar, movimentando entre 20 e 30 mil t anuais. Hoje a camada de ozônio é ameaçada também pelos efeitos da utilização na agricultura do brometo de metila, um inseticida que protege as plantações de tomate e morango, mas produz os mesmos efeitos nocivos do CFC.

Fonte de Pesquisa: Revista Science, maio de 2000
http://www.avanielmarinho.com.br/cultura_oline/meio_ambiente.htm
Postado por Lucas Carvalho


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